2º Mandamento da Igreja:
Confessar-se ao menos uma vez cada ano
A Igreja, no seu segundo mandamento, apresenta uma obrigação anual para todos os católicos: confessar ao menos uma vez ao ano. Por um lado, pode parecer um absurdo: por que a Igreja obriga uma pessoa a confessar? Estaria obrigada, também, a pecar? Isso não seria ferir a liberdade humana? Baseado nessas questões, tentaremos apresentar uma explicação simples e suficiente a respeito desse preceito da Igreja.
A primeira coisa que devemos lembrar, sem dúvida, é o pecado original, pois, embora apagado no Batismo, mantém uma marca que conduz o homem constantemente ao pecado e, como afirma a Bíblia: “O justo peca sete vezes por dia” (Pv 24, 16); ou ainda: “não há homem que não peque” (Ecl 7, 21). São João também afirma em sua Carta: “Aquele que diz que não tem pecado, faz de Deus um mentiroso” (1Jo 1,10). Portanto, não existe homem que fique muito tempo, ou até um dia sem pecar.
A Igreja nos ensina duas espécies de pecado: venial ou leve (aquele que não conduz à morte espiritual) e mortal (aquele que corta todo vínculo com Deus). O pecado mortal deve ser, necessariamente, confessado para reatar a comunhão com Deus e alcançar a salvação. Já o pecado venial não precisa ser, obrigatoriamente confessado, mas é de grande proveito espiritual, pois deixam a alma mais limpa diante de Deus.
Por isso, o dever de confessar não é uma simples obrigação imposta aos católicos, mas um dever que deve impelir os cristãos para que nada atrapalhe a sua amizade com Jesus. A exigência de confessar ao menos uma vez no ano visa, sim, estimular a confissão e não acomodar. Alguém que tenha verdadeiro coração contrito é incapaz de confessar uma só vez no ano, mas buscará sempre estar em paz com Deus, até porque a confissão não deve ser buscada só quando há extrema necessidade, mas com frequência.
Muitos santos expressam especial zelo pelo sacramento da confissão e devem nos inspirar a busca-lo com maior frequência, pois, eliminando os pecados veniais, reduzem-se as possibilidades de cometer um pecado mortal. S. Cura d’Ars e S. Pio de Pietrelcina passavam horas no confessionário. S. João Paulo II e S. Domingos Sávio tinham o hábito de confessar-se toda semana. Este último ainda buscava os seus amigos para poderem se confessar.
Resta-nos negar uma última questão que apresentamos inicialmente: a obrigação da confissão não fere jamais a liberdade humana, pois, ainda que seja uma coisa imprescindível, o cristão tem o direito de desprezar as leis da Igreja e negar tal preceito. Uma vez que estamos no tempo quaresmal, tempo de conversão, estejamos unidos a Deus, limpo de pecados e dispostos à santidade. Que os santos e santas de Deus venham em nosso auxílio.
