top of page

 

Desvendando Mitos: Galileu Galilei

 

 

 

    A história de Galileu Galilei perdura em nossos dias como aquele que sofreu represálias por parte da Igreja. Ao contrário do que acusam a Igreja, Galileu não foi submetido a torturas, masmorras e fogueira; nada disso aconteceu. Essa lenda quer ressaltar a ideia de um tamanho avanço científico da época e, em contrapartida, uma Igreja “retrógrada”.

 

    É fato que, para o seu tempo, a teoria heliocêntrica de Copérnico criou certo desconforto (afirmava que a Terra não está quieta no centro do mundo, como geralmente se acreditava, mas que gira sobre si mesma e ao redor do Sol, da mesma forma que os outros planetas do Sistema Solar), porém, em nossos dias, a leitura dessa mesma história chega até nós muito ideologizada pelo Iluminismo, que, por repulsa à Igreja, suscitou uma tensão entre fé e ciência.

 

    Aqui destaco três problemas emergentes:

 

    Em primeiro lugar, Galileu tinha se tornado célebre com seus descobrimentos astronômicos de 1609-1610. Utilizando o telescópio que ele mesmo contribuiu de modo decisivo para aperfeiçoar, descobriu que a Lua possui irregularidades como a Terra; que ao redor de Júpiter giram quatro satélites; que Vênus apresenta fases como a Lua; que na superfície do Sol existem manchas que mudam de lugar e que existem muito mais estrelas do que as que se veem a olho nu. Galileu se baseou nestes descobrimentos para criticar a física aristotélica e apoiar o heliocentrismo copernicano.

 

    Em segundo lugar, a Igreja católica era, naquele momento, especialmente sensível para com aqueles que interpretavam a Bíblia por si só, sem o Magistério da Igreja; o enfrentamento com o protestantismo nesse momento era muito forte. Galileu se defendeu de quem dizia que o heliocentrismo era contrário à Bíblia, explicando por que não era, mas com isto se fazia de teólogo, o que era considerado, então, como algo perigoso, sobretudo quando, como neste caso, se afastava das interpretações tradicionais.

Em terceiro lugar, a cosmovisão tradicional, que colocava a Terra no centro do mundo, parecia estar de acordo com a experiência ordinária: vemos que se movem o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas; ao invés, se a Terra se movesse, deveriam suceder coisas que não sucedem.” (Fonte: ACI Digital)

 

    O tribunal que julgou Galileu não contou com o pronunciamento e decisão do Santo Padre, ou seja, não foi uma decisão dogmática “ex cátedra”. Todavia, sua condenação resultou numa prisão domiciliar (condenado em 1633) e a concessão de prosseguir com as suas pesquisas. Ou seja, não lhe foi tirado o bem que estava sendo realizado, por mais que o tribunal tenha agido errado. É reconhecido o erro desse tribunal em 1741, mas, mesmo reconhecendo o erro, não se compromete a autoridade da Igreja, pois os juízes não estavam imbuídos de infabilidade.

O Papa São João Paulo II, no ano de 198, procurou desvendar o mito que pairava sobre Galileu ao longo dos séculos. Criou uma comissão que estudou a fundo, durante onze anos, a vida de Galileu Galilei e as decisões tomadas pelo tribunal eclesiástico, proporcionando, assim, uma retomada no diálogo entre fé e ciência.

 

    Vale lembrar a carta encíclica “Fides et Ratio” do Papa São João Paulo II, no ano de 1998, que desmitifica a imagem impregnada pelos estudiosos modernos, visto que, “a Fé e a Razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade”. A fé e a razão são promissoras para o diálogo e enriquecimento mútuo.

A morte de Galileu é datada em 8 de janeiro de 1642, com firmeza filosófica e cristã aos setenta e sete anos de idade, na sua cama, de morte natural, em Arcetri, próximo a Florença. Galileu recebeu, antes de sua morte, a indulgência plenária e a bênção do Papa. Viveu e morreu como um bom cristão católico.

 

    Galileu não passou um único dia na prisão nem sofreu qualquer tipo de violência.

 

Diác. Wellington Rosa

Igreja Jovem

© 2015 por Igreja Jovem. Orgulhosamente criado por Wix.com

bottom of page