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Modéstia Feminina

 

    A caminhada das meninas que querem cultivar, em si, as virtudes de Nossa Senhora não é tão fácil como parece. Somos, diariamente, alvo de um sistema que quer, a todo custo, incutir nas mentes femininas a ideia de que vivemos numa constante opressão masculina e que precisamos buscar máxima equiparação. Obstinadas por uma igualdade irrestrita – que, na verdade, é péssima, na medida em que somos, por natureza, completamente diferentes dos homens – as mulheres apresentam hoje uma mudança bastante grande não só na maneira como se portam, mas também no modo como se vestem.

   

    No que diz respeito à modéstia, sem dúvidas, esse pensamento culminaria no seu abandono. Eu também fui alvo disso. Durante muito tempo, mesmo estando assiduamente na Igreja, acreditei que poderia vestir roupas que me valorizassem, que não precisava mais parecer careta – mal sabia eu que quanto mais careta parecesse para o mundo, mais virtuosa e amável aos olhos de Deus eu seria! Pior, não me dei conta do paradoxo que construía ao tomar Maria como mãe e, ao mesmo tempo, não me preocupar com o modo de me vestir. Mas, graças a Deus, aos poucos, fui percebendo que estava abandonando minha essência feminina e me distanciando da pureza ensinada por Nossa Senhora, sendo simplesmente mais um alvo da cultura de coisificação da mulher. Mas Deus abençoa nossos propósitos.

 

    Quando decidi mudar e ter mais atenção no modo de me vestir, tudo ao meu redor passou a ensejar a modéstia: conheci meninas piedosas, descobri blogs, livros, páginas na internet, revistas de costura, lojas de tecido e boas costureiras. Mas não parou por aí. Um dia, fui desafiada por um amigo a revolucionar o meu guarda-roupa. E assim eu fiz. Numa manhã, me desfiz, praticamente, de metade das minhas roupas, tudo que não favorecia a vivência da modéstia: saias curtas, blusas e vestidos decotados, calças... Sim, calças. Precisamos ser honestas em relação ao uso da calça. Quando justas, constituem sim pecado, como qualquer outra roupa justa. Mas, mesmo calças mais largas, seria muito bom que pudéssemos evitar. Por ser uma peça tipicamente masculina, é fato que não reforçam a feminilidade, elegância e delicadeza da mulher como as saias e os vestidos. Ainda uso calças, mas com o verdadeiro propósito de usá-las cada vez menos. É consenso entre os médicos, inclusive, que o uso frequente da calça proporciona, dentre outras coisas, alterações no Ph da região íntima da mulher que podem provocar algumas doenças.

   

    Não quero, de forma alguma, criticar as moças que usam calças e, ainda assim, prezam pela modéstia. Mas apoio, de verdade, a valorização do uso de saias e vestidos como expressão da feminilidade e ternura da mulher. Tenho recebido vários elogios por causa das roupas que passei a usar. É preciso mostrar, sobretudo às mais novas, que adotar a modéstia no vestir não nos torna feias ou desleixadas; ao contrário! Viver a modéstia nos deixa mais elegantes, delicadas e femininas. Além disso, nos ensina, a cada nova combinação pensada de roupas e acessórios, que fomos criadas por Deus com um corpo que é belo, mas que é sagrado. E, sendo sagrado, não deve ficar à mostra de todos como um pedaço de carne no açougue, esperando quem o queira. Somos muito mais que isso! Devemos aprender a louvar, também com o nosso corpo, àquEle que nos criou.

 

    Conforme disse São Tomás de Aquino, a modéstia é uma virtude anexa à temperança, e diz respeito a todas as ações exteriores, e mais especificamente, a maneira e o recato na hora de se vestir. Se houver recato, estaremos agradando a Deus. E, sendo uma ação exterior, precisa, para fazer sentido e produzir frutos, de uma motivação interior, qual seja: a vontade de ser uma mulher cada vez mais distante das mulheres do mundo e cada vez mais parecida com Maria Santíssima, pedindo não só que nos preserve firmes na luta pela vivência da pureza, mas também pedindo que nos faça doces e piedosas. Pergunto: para que ser feminista se posso apenas ser feminina?

 

Carolina Amaral

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