Quem você levaria para o deserto?
Estamos vivenciando um tempo na Igreja em que tudo se torna suscetível para a conversão. Isto mesmo: chegamos no tempo da Quaresma, que nada mais é do que 40 dias que antecedem a Páscoa do Senhor. “Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa” (Evangelium Gaudium §6). Nós, como cristãos, não podemos queimar etapas; “para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus” (Ecle 3,1). Seja este tempo um momento favorável para encontrar-se consigo mesmo e com Deus no deserto da sua vida! Viva com intensidade a quaresma! Porque não dizer: a minha quaresma, que me levará a ser mais de Deus.
Gostaria de fazer uma pergunta a você. Posso perguntar? Quem você levaria para o deserto? Veja, a resposta para esta pergunta é exigente e quero ajudar-lhe a percorrer esse caminho de reflexão.
O número quarenta na Sagrada Escritura nos recorda os quarenta anos do povo eleito, que liberto da mão do faraó no Egito caminhou no deserto rumo à terra prometida. Mas também, no Novo Testamento encontramos os quarenta dias de tentação de Jesus no deserto.
O povo eleito que caminhou no deserto nem sempre caminhou com retidão. Houve momentos de revoltas contra Deus; não soube passar por dificuldades e esperar no Senhor; desejou até mesmo criar outro deus para prestar culto. Não podemos agir do mesmo modo! Em nossos dias, quantas famílias, jovens, homens e mulheres agem com revolta contra Deus e Seus planos! Quantos de nós nos revoltamos por nossas enfermidades físicas e espirituais e também prestamos culto às pessoas ou coisas que suplantam em nossa vida o próprio Deus! Chegou o tempo de conversão, mudança de vida, chegou a Quaresma.
Quem você levaria para o deserto? Posso mesmo ajudar-lhe com essa resposta? Pois bem, Jesus quando foi tentado no deserto pelo demônio, não foi arrastado para lá pelo mesmo, mas foi o Espírito Santo que o conduziu (cf. Mt 4,1). Grande exemplo que Nosso Senhor nos deixou para vencer as nossas dificuldades! Para chegar ao tempo das núpcias eternas! Jesus entrou no deserto e venceu o tentador. Nós também podemos entrar no deserto das nossas vidas com o Espírito de Deus e sair vitoriosos para a glória do Senhor. Sua morte de Cruz não foi em vão. Que você seja capaz de abandonar todos os vícios e imperfeições que distanciam sua vida do Senhor, pois o caminho feito nesta vida deve apontar sempre para a meta deixada por Ele: o céu. “Ali descansaremos e veremos; veremos e amaremos; amaremos e louvaremos. Eis a essência do fim sem fim” (Santo Agostinho, A Cidade de Deus, 22.30).
Diác. Wellington Rosa
