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Vale a pena ser padre?

 

 

 

    Certa vez um pároco idoso de uma comunidade rural indagava para si mesmo se tinha tido sentido todo seu ministério de mais de quarenta anos desempenhados num lugar solitário, de pouca repercussão. Entretido nesses pensamentos, ouviu a campainha da porta e foi atender. Era um dos jovens da sua Igreja que de imediato lhe confessou: “Estou pensando em ser padre, será que vale a pena?” O rosto do antigo pároco se iluminou e com um entusiasmo inusitado começou a falar: “ Mas claro que sim, meu caro jovem, ser padre é uma vocação sublime, é um chamado divino a ser presença permanente do Senhor Jesus Cristo, nada se iguala a isso.” Nós, muitas vezes como o mencionado padre, esquecemos a grandeza a que fomos chamados, mas basta uma situação interpelante, que a alma sacerdotal que levamos impressa com o selo do Espírito Santo nos agiganta e nos sentimos novamente orgulhosos da beleza e glória da nossa vocação e missão.

 

    Num mundo em que muitas máfias envenenam as almas, só um sacerdote poderá libertá-las e restaurá-las, quando a mídia relativista e mercantil obscurece nossa vocação à filiação divina, novamente o sacerdote apontará para as coisas do alto, numa sociedade em que o individualismo descarta as pessoas idosas e pobres como coisas sem valor, o padre estará a amparar e defender os esquecidos e humilhados lembrando a sua dignidade inalienável. Quando os casais e as famílias padecem a tentação do amor líquido que tudo desfaz, o sacerdote, homem da aliança, recordará o valor eterno da fidelidade e das promessas celebradas na presença do Altíssimo. O sacerdote, homem do absoluto, do eterno, do que não passa estará ao nosso lado desde o nascimento até o dia da partida definitiva, abençoando também nosso lugar de descanso no cemitério. O amigo fiel e cuidador da alma, o comunicador da graça e da vida de Deus, a pessoa verdadeiramente imprenscindível porque nos aproxima e nos dá o próprio Deus. Vale a pena ser padre? Mil vezes respondo que sim, nada se iguala a esta vocação. Veneremos e admiremos as mãos ungidas dos amigos prediletos de Jesus, aqueles que tudo deixaram para dedicar-se com um coração indiviso à cura e ao pastoreio de almas.

 

Dom Roberto Francisco Ferrería Paz

Bispo Diocesano de Campos

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